Algo para lembrar entre minhas lembranças
Iniciava-se
mais um ano letivo naquela escola, que para ser sincera não lembro o nome e nem
a aparência. Lembro-me apenas da dona Norma, minha professora do pré-primário:
grande, corpulenta; de fala pausada, mas firme; de mãos grosseiras, mas para
mim tão acolhedoras. Engraçado... remexo minhas lembranças e recordo-me
pouco de suas aulas, mas lembro-me muito de como sabia contar histórias e como
com elas conseguia entreter até o mais inquieto.
Depois
dela outras vieram em outra escola, Anésia Sincora, subúrbio de São Paulo e das
quais tenho apenas alguns flashes. A da primeira série fazia-me chorar. Quando
comecei a escrever e ela descobriu que eu era canhota, mandou-me ficar com o
braço esquerdo para trás o tempo todo e dizia que aquela mão não era para
aquela serventia. A professora da segunda série vivia de licença e foram tantas
que a substituíram que não consigo lembrar de nenhuma.
A
partir da terceira série sim, lembro-me muito bem da minha escola, Centro
Educacional SESI-143, em Bariri, os cheiros, as cores, os sons reportam-me a
uma época de boas lembranças. Lá conheci dona Marlene, nessa série só uma
professora e um só livro para todas as matérias. As explicações eram repetidas
inúmeras vezes e se alguém não entendesse, pacientemente, ela tornava
repeti-las.
Na
quarta série, dona Dirce lia muito para nós, lia se transportando e
transportando-nos para um mágico mundo de sons melodiosos, pausas e ritmos. As
palavras na sua leitura ganhavam vida e beleza.
Esses momentos
foram muito marcantes e continuam presentes em meu espírito. A experiência com
a escrita não foi muito boa, mas as experiências com a leitura impregnaram de
sentido meu cotidiano escolar, levaram - me a imitar minhas professoras, de
forma mais ou menos consciente e até hoje sopram na minha cabeça
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